Pedículos Curtos

15 mar Pedículos Curtos

Pedículos Curtos – O Que Significa?

Pedículos curtos é uma condição apresentada quando pequenas estruturas que fazem parte da vértebra, são mais curtas do que o normal. Isso pode levar a um estreitamento do canal vertebral, resultando em sintomas e complicações variadas, especialmente se afetar a medula espinhal ou os nervos adjacentes.

Entre outros elementos, a coluna é formada por um conjunto de vértebras. Cada vértebra é tipicamente composta por:

• Corpo vertebral;
• Arco vertebral (anterior e posterior): lâminas e pedículos direito e esquerdo;
• Processos vertebrais: espinhoso, transverso, articular.

Os pedículos são a parte óssea que conecta o corpo ao arco da vértebra na sua porção anterior. As lâminas são as estruturas que se conectam à porção posterior do arco.

A abertura entre o arco e o corpo é denominada forame vertebral. No conjunto das vértebras alinhadas, cada forame acaba formando o canal vertebral, que é por onde passa a medula espinhal.

Portanto, pedículos curtos é uma redução desta estrutura da vértebra que pode provocar estreitamento no diâmetro do canal vertebral (estenose do canal vertebral), comprimindo os nervos e causar dor local ou irradiada, entre outras complicações.

Ao longo da coluna vertebral, as vértebras possuem a mesma estrutura, variando apenas de forma e tamanho de uma região para outra.

Na região lombar, por exemplo, os corpos vertebrais são maiores e os pedículos e lâminas naturalmente mais espessos e fortes, para facilitar a sustentação do peso corpóreo.

Quem tem pedículos curtos, costuma apresentá-la em mais de uma vértebra e estima-se que homens são mais afetados que as mulheres.

O que causa Pedículos Curtos?

Os pedículos curtos podem ser atribuídos a várias causas, que podem ser divididas em dois grupos: causas congênitas ou adquiridas.

Causas Congênitas

Algumas pessoas nascem com pedículos mais curtos devido a:

• Fatores genéticos;
• Anormalidades no desenvolvimento embrionário;
• Ser parte de uma outra condição, como na deficiência de crescimento apresentado no nanismo;
• Causa idiopática, quando não se tem uma causa conhecida.

Causas Adquiridas

• Lesões traumáticas na coluna vertebral, como fraturas vertebrais ou luxações, podem resultar em pedículos curtos devido à interrupção do crescimento normal dos ossos ou à formação de tecido cicatricial;
• Condições degenerativas da coluna vertebral, como por exemplo a espondilolistese e hérnia de disco, que podem levar à alteração da anatomia vertebral, incluindo o encurtamento dos pedículos;
• Tumores ósseos ou espinhais que afetam o crescimento normal dos pedículos ou até mesmo destruí-los, resultando em uma condição de pedículos curtos.

Sintomas e Complicações dos Pedículos Curtos

Os sintomas associados aos pedículos curtos podem variar muito, dependendo da localização e da gravidade da compressão da medula espinhal e dos nervos adjacentes.

Alguns pacientes podem ser assintomáticos, enquanto outros podem experimentar uma variedade de sintomas incapacitantes.

Vale ressaltar que o mero estreitamento do canal, não significa uma complicação se não houver a compressão dos nervos. Contudo, pessoas com essa condição são mais predispostas a ter alguma adversidade ao longo do tempo, caso não haja um acompanhamento adequado com o médico especialista em coluna.

Quando os pedículos curtos afetam os nervos, têm como sintomas mais comuns:

• Dor nas costas: a compressão dos nervos pode resultar em dor na coluna na região do estreitamento, como a dor cervical e dor lombar, que pode ser aguda ou crônica;
• Dor, fraqueza, dormência e formigamento ao longo do trajeto do nervo afetado, podendo afetar os braços quando advém do estreitamento no canal cervical (menos comum) e dor ciática, quando vinda do estreitamento no canal lombar;
• Dificuldade para andar, tendo a sensação das pernas pesadas, instabilidade, sem força muscular ou tendo que realizar paradas;
• Em casos mais graves, a compressão dos nervos pode levar ao comprometimento dos membros inferiores com a paralisia parcial ou completa permanente, se não tratada pelo especialista da coluna;
• Na região pélvica, pode levar a problemas como incontinência urinária ou fecal e disfunção sexual.

Diagnóstico de Pedículos Curtos

O diagnóstico de pedículos curtos requer uma abordagem abrangente que inclui uma avaliação clínica do paciente e histórico pelo médico especialista.

Os exames de imagem como o Raio X e Ressonância Magnética fornecem detalhes mais precisos sobre a compressão da medula espinhal e a extensão do problema.

Nos exames, a constatação de pedículos curtos pode estar somado a outros fatores que, no conjunto, causam a queixa do paciente. Logo, pedículos íntegros é quando essas estruturas se apresentam sem anormalidades.

Cabe ao médico determinar o melhor tratamento, de acordo com as particularidades de cada um.

Pedículos Curtos – Tratamento

O tratamento dos pedículos curtos não é necessariamente para reverter essa condição, mas sim com o objetivo de tratar a gravidade dos sintomas, a progressão da doença e as necessidades específicas do paciente, causadas pela estenose do canal vertebral.

Pode envolver uma combinação de abordagens conservadoras e intervencionistas, com o objetivo de aliviar a dor, restaurar a função neurológica e prevenir complicações a longo prazo.

Tratamento Conservador

• Atividade Física e Reabilitação: exercícios, fisioterapia e reeducação postural (RPG) ajudam a fortalecer os músculos ao redor da coluna vertebral; a melhorar a postura e reduzir a pressão sobre os nervos.
• Medicamentos: analgésicos, anti-inflamatórios para aliviar a dor e melhorar a função.
• Medidas preventivas: evitar sobrepeso e esforço que sobrecarreguem a coluna.

Procedimentos Minimamente Invasivos

As cirurgias minimamente invasivas são procedimentos modernos que causam menos riscos ao paciente, com cortes mínimos de menos de 1 cm e menor tempo de cirurgia, possibilitando uma recuperação mais rápida e volta às atividades habituais. A alta hospitalar pode acontecer no mesmo dia.

São indicadas quando o tratamento conservador não está sendo suficiente, destacando-se:

• Infiltração na Coluna: aplicação de anestésicos e anti-inflamatórias de efeito mais potente e prolongado, através de injeções com agulhas muito finas;
• Bloqueio Facetário: um tipo de infiltração que atua sobre o nervo, anestesiando-o e promovendo alívio da dor;
• Endoscopia da Coluna: uma técnica que tem tanto função diagnóstica como de tratamento. Através de uma microcâmera de alta resolução e pinças especiais, as imagens são projetadas no monitor, possibilitando ao cirurgião da coluna visualizar o interior e realizar a descompressão do nervo.

A cirurgia da coluna raramente é necessária. Nos casos mais graves, onde há instabilidade da coluna, pode ser indicada a artrodese da coluna.

Se você suspeita de pedículos curtos ou está experimentando sintomas relacionados, é importante procurar o médico especialista em coluna.

Um diagnóstico precoce e um plano de tratamento adequado ajudam a minimizar o impacto e promovem melhora na qualidade de vida dos pacientes afetados.

Publicações científicas:

Sociedade Brasileira de Coluna – https://www.coluna.com.br/
AO SPINE – https://aospine.aofoundation.org/
Sociedade norte americana de cirurgia de coluna – https://www.spine.org/