O que é Espondilolistese?

O QUE É ESPONDILOLISTESE?

O que é Espondilolistese?

 

O que é Espondilolistese?

Espondilolistese: escorregamento da vértebra sobre a outra

Espondilolistese: escorregamento da vértebra sobre a outra

Espondilolistese é quando uma vértebra escorrega para a frente sobre a vértebra abaixo dela. Este deslizamento gera desalinhamento da coluna, predispondo o paciente a desenvolver desvios posturais e sentir dores constantes na região das costas, além de formigamentos, dores na perna e pequenos espasmos na região da coluna lombar, local mais comum de ocorrer a espondilolistese. Alguns casos de espondilolistese leve podem ser assintomáticos por anos, sendo simples achados de exames de imagem.

O termo espondilolistese é derivado da língua grega: “espondilo” – vértebra; “listese” – escorregar e existem vários fatores para sua ocorrência.

Qual a causa da espondilolistese?

A causa mais comum de espondilolistese são as ocasionadas por um defeito (fratura óssea) em uma área específica de suporte da coluna (“pars interarticularis” – espondilolistese ístmica) ou ao longo do tempo pelo desgaste das articulações (espondilolistese degenerativa).

Geralmente se desenvolve na região lombar da coluna vertebral. A coluna lombar é exposta a pressões direcionais em flexão/ torção enquanto estamos em pé, andando ou em atividade.

Em outras palavras, enquanto sua coluna lombar está em movimento e suportando o peso corporal, ela também se movimenta em direções diferentes, como por exemplo, girar e flexionar. Essa combinação faz com que a tensão excessiva da vértebra e/ ou estruturas de suporte levem uma vértebra a deslizar para a frente sobre a vértebra que está abaixo, quando alguma estrutura estabilizadora falhar.

Quais os tipos de espondilolistese?

São 6 tipos de espondilolistese, conforme abaixo:

  1. Congênita: significa que o escorregamento está presente desde o nascimento;
  2. Ístmica: muito comum, ocorre por um defeito (fratura óssea) em uma estrutura de suporte vertebral na parte de trás da vértebra (pars interarticularis – espondilólise). É mais comum em homens e no nível L5-S1. Pode ser aguda ou crônica e tem incidência maior em crianças;
  3. Degenerativa: também muito comum, mas esse tipo decorre do envelhecimento e é frequentemente associada com doença degenerativa do disco, em que os discos perdem hidratação e os ligamentos e cápsulas articulares da coluna desgastam. É mais comum em adultos, mulheres e no nível L4-L5;
  4. Traumática: após algum traumatismo agudo (acidentes, quedas, etc);
  5. Patológica: quando outra doença está causando o escorregamento;
  6. Iatrogênica: causada após alguma cirurgia em que algum fator possa ocasionar a instabilidade da coluna.

Como é classificada a espondilolistese?

A espondilolistese é classificada em cinco graus, de acordo com a porcentagem de escorregamento da vértebra sobre a vértebra abaixo, conforme demonstrado abaixo:

  • Grau I: Menos de 25% 
  • Grau II: 26% a 50% 
  • Grau III: 51% a 75% 
  • Grau IV: 76% a 100% 
  • Grau V: escorregamento completo da vértebra. Ela cai na frente da vértebra abaixo dela. Este é o tipo mais grave de espondilolistese e é denominada espondiloptose.
graus

Graus de espondilolistese

Quais são os sintomas da espondilolistese?

Os sintomas comuns de espondilolistese são dores na região lombar. Porém, muitos pacientes não apresentam sintoma algum e descobrem casualmente que apresentam a doença ao fazer algum exame de imagem, como o Raio X.

Nos pacientes com sintomas, esses são os mais comuns:

  • Dor lombar e sensação peso;
  • Dor na região glútea;
  • Dor na perna (coxa) e/ ou fraqueza (ciática);
  • Dificuldade em controlar as funções do intestino e da bexiga;
  • Músculos encurtados na região posterior da coxa;
  • Rigidez na região lombar;
  • Sensação de algo solto entre a coluna lombar e bacia.

Quem deve ficar atento?

Se a espondilolistese está presente na família, principalmente os antecedentes diretos como o pai e mãe, o risco de desenvolver a doença é maior.

Algumas atividades são consideradas fatores de risco para desenvolver a espondilolistese como as praticadas por ginastas e levantadores de peso que tendem a colocar pressão e peso significativos na região lombar.

Os ginastas também fazem muitos movimentos de torção rápida no ar ao pular. Esse movimento aumenta a pressão substancialmente sobre a coluna vertebral e o problema poderá se desenvolver.

Como é o diagnóstico?

O diagnóstico para espondilolistese pode ser feito por meio de testes clínicos e análise do médico especialista em coluna, a fim de entender o grau e a origem da condição.

Exames de imagem são solicitados para embasar o diagnóstico e fazer com que o especialista em coluna determine o tratamento correto para que o paciente retome suas atividades normais, sem incômodo.

Quais exames detectam?

Espondilolistese detectada em Raio X

Espondilolistese detectada em Raio X

O médico ortopedista especialista em coluna solicitará exames de imagem para o melhor diagnóstico e tratamento da condição. Radiografias simples já demonstram o problema.
Muitas vezes incidências oblíquas são necessárias para verificar fraturas e falhas ósseas na região da pars interarticularis, como no caso da espondilolistese ístmica. Se o paciente apresentar outros sintomas associados, o médico irá complementar com exames mais detalhados além das radiografias (tomografia computadorizada e ressonância magnética).

Qual o tratamento para a espondilolistese?

O tratamento da espondilolistese é de acordo com os sintomas apresentados pelos pacientes. Muitos pacientes não apresentam sintomas e, portanto, apenas o fortalecimento muscular da região, a prática de atividades físicas e a boa postura são suficientes.

Porém, alguns exercícios são contraindicados para a espondilolistese. Dependendo do grau e local afetado, exercícios de hiperextensão, torção, flexão da coluna podem piorar o quadro, levando a um deslizamento maior da vértebra.

Os exercícios mais recomendados para a espondilolistese são os que fortalecem a musculatura, principalmente da região abdominal (CORE) e que preservem o alinhamento natural da coluna.

Nos pacientes com dor lombar ou eventualmente, dor irradiada para os membros, um tratamento de reabilitação mais intensivo será necessário.

A cirurgia da coluna para o tratamento da espondilolistese está reservada para uma minoria dos casos, onde há déficit neurológico associado e sem melhora com o tratamento conservador.

Fisioterapia e infiltração na coluna para o tratamento da espondilolistese

A fisioterapia auxilia no tratamento de espondilolistese, eliminando as dores do paciente e corrigindo posturas que podem desencadear outros quadros incômodos, de acordo com o estilo de vida da pessoa.

Em grande parte dos casos, a espondilolistese pode ser tratada com terapias que auxiliam no fortalecimento dos músculos que estabilizam a coluna (CORE, paravertebral, assoalho pélvico, cadeia posterior, etc).

Contudo, em alguns casos de compressão neural e dor aguda na região ou irradiada, a infiltração na coluna pode ser muito positiva como adjuvante no tratamento da espondilolistese.

A infiltração ou bloqueio na coluna é um tratamento minimamente invasivo aplicado em pontos específicos que permite uma melhora rápida do processo doloroso e um retorno mais rápido à reabilitação motora e fortalecimento da região. Sua indicação é específica para alguns casos e deve ser determinada pelo médico.

Como é a cirurgia da espondilolistese?

A cirurgia clássica para o tratamento da espondilolistese é feita por meio de técnicas que envolvem a artrodese da coluna (fusão vertebral). Este procedimento tem por objetivo restaurar as funções da coluna e dar uma maior estabilidade à estrutura.

Existem também outros procedimentos minimamente invasivos que podem ser indicados em alguns casos selecionados. No entanto, cabe a avaliação e orientação de um médico especialista em coluna para o direcionamento correto do procedimento adequado.

A cirurgia para espondilolistese é indicada quando o tratamento conservador não foi suficiente, há dor crônica (local ou irradiada para os membros) e/ ou déficit neurológico (perda de força), devolvendo ao paciente condições para voltar aos esportes, inclusive em nível profissional.

Cirurgia de espondilolistese: antes e depois

Cirurgia de espondilolistese: antes e depois

Cirurgia antes e depois

Cirurgia de espondilolistese: antes e depois (2)

Para dúvidas e mais esclarecimentos, agende uma consulta.

 

Publicações científicas:

Sociedade Brasileira de Coluna – https://www.coluna.com.br/
AO SPINE – https://aospine.aofoundation.org/
Sociedade norte americana de cirurgia de coluna – https://www.spine.org/

Veja também:

O que é espondilose?

2 Comments
  • Perla
    Posted at 15:22h, 17 outubro Responder

    A espondiloliatese na região cervical é perigoso ? Tenho deslizamento pequeno da vértebra C5 sobre a C6 . Existe risco de déficit neurológico ? Devo me preocupar com os movimentos ?
    Obrigada !

    • Dr. Luciano
      Posted at 16:06h, 17 outubro Responder

      Olá Perla! Essa é uma alteração que por si só não deve levar a motivo de preocupação, principalmente se for uma espondilolistese leve (grau I). O risco de um déficit agudo é mínimo e apenas com traumatismos de alta energia. Mas é importante você passar em avaliação médica e fazer um acompanhamento regular.

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